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O que é alfaiataria na moda, Adar têxtil

Você sabe o que é alfaiataria na moda? Descubra!

A alfaiataria é uma arte antiga, mas que segue encontrando seu lugar ao sol na moda masculina e feminina contemporânea, garantindo elegância e sofisticação por meio de cortes impecáveis e tecidos de qualidade. 

Mas afinal, você sabe, na prática, o que é a alfaiataria na moda, além da história por trás desse tipo de confecção? Continue a leitura para entender mais sobre o assunto e confira, ainda, referências e motivos para investir na produção de peças de alfaiataria! 

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História da alfaiataria 

A alfaiataria é um ofício secular que surgiu no final da Idade Média, entre os séculos 12 e 14, cuja precisão dos cortes, a atenção aos detalhes e o uso de materiais luxuosos na produção de peças sob medida eram marcas registradas — técnicas essas que foram sendo perpetuadas pelos chamados alfaiates.  

Na época, esses profissionais desfrutavam de prestígio e reconhecimento social, pois possuíam habilidades altamente valorizadas, sendo responsáveis por criar roupas sob medida para membros da nobreza e da elite.  

Mas foi apenas em 1589 que surgiu a primeira referência bibliográfica sobre alfaiataria que se tem registro, intitulada “Libro de Geometría, Práctica y Traça” e publicada pelo alfaiate espanhol Juan de Alcega. O material apresentava traçados em modelagem masculina. Porém, aquele que seria considerado o primeiro tratado sério sobre o tema foi “Art du Tailleur”, escrito por François-Alexandre-Pierre de Garsault em 1769.  

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Uma das páginas da obra “Libro de Geometría, Práctica y Traça”, publicada pelo alfaiate espanhol Juan de Alcega. Foto: Reprodução/Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque.

Ainda no estudo, as autoras destacam que “existiam costureiras profissionais que eram empregadas pelos alfaiates, e a elas cabiam tarefas de costura, ornamentação e acabamentos da roupa”. Contudo, às mulheres não eram consideradas alfaiates, e também não eram treinadas para criar estilo, corte e acabamento. Porém, eram reconhecidamente especialistas no trabalho de costura fina. 

Já no decorrer dos séculos 19 e 20, a alfaiataria consolidou-se como parte essencial do vestuário masculino, influenciando a moda em todo o mundo. Ternos elegantes, feitos sob medida, tornaram-se símbolos de status e poder, e costumavam ser utilizados e fabricados para homens influentes da sociedade e, inclusive, no cinema. 

Em um dos maiores clássicos do cinema, “Casablanca” (1942), o protagonista Rick Blaine, interpretado por Humphrey Bogart, é frequentemente visto usando ternos elegantes, refletindo sua aura misteriosa. Seus ternos são geralmente de cores escuras, como preto, cinza ou azul marinho, e contribuem para a imagem de um homem de negócios. 

O mesmo vale para o uso de ternos e peças de alfaiataria nos filmes de James Bond, por exemplo, parte icônica do visual do personagem. Desde o primeiro filme da franquia, “007 Contra o Satânico Dr. No” (1962), o traje elegante e sofisticado de Bond tem sido uma marca registrada. 

Cena do filme Casablanca, alfaiataria na moda
Cena do ator Humphrey Bogart no filme ”Casablanca“ (1942). Foto: Reprodução/Internet.

Do masculino ao feminino 

Com o passar dos anos, a alfaiataria foi se adaptando às mudanças sociais e culturais. Não por acaso, a confecção, que foi inicialmente associada e exclusiva ao vestuário masculino, encontrou, tempos depois, um novo horizonte para explorar: a moda feminina. 

Enquanto os homens estavam nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, muitas mulheres precisaram assumir profissões exercidas majoritariamente ou exclusivamente por eles. Nessas novas funções, que exigiam liberdade de movimentação, os vestidos volumosos preenchidos por anáguas deixaram de ser a vestimenta principal para dar espaço às calças. 

Mas foi apenas nos anos 1920, a partir da influência de um grande nome da moda, Coco Chanel, que a calça e outras peças de alfaiataria começaram a ser utilizadas por algumas mulheres como uma expressão fashion.  

Logo depois, a estilista lançou seu primeiro tailleur — um conjunto composto por um casaco e uma saia ou calça. As escolhas da francesa foram um casaquinho solto e uma saia reta com bainha abaixo dos joelhos, ambas confeccionadas em tweed. 

Ícones da moda, como Marlene Dietrich, ajudaram a popularizar essa tendência, desafiando as normas da época, e abrindo espaço para novas possibilidades. Entre os anos 1940 e 1950, foi a vez da atriz estadunidense Katharine Hepburn dar continuidade ao estilo, tornando-se uma adepta das peças de alfaiataria. 

Mas foi Yves Saint Laurent, a partir do lançamento do smoking feminino, em meados dos anos 1960, que aplicou com maestria as técnicas de alfaiataria, antes voltadas para as roupas masculinas, no vestuário feminino.  

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O smoking de Yves Saint Laurent revolucionou o guarda-roupa feminino. Foto/Reprodução: Revista VLK.

O estilo ganhou ainda mais força com o movimento “Power dressing” dos anos 1980, que emergiu principalmente nos ambientes corporativos e políticos durante aquela década, refletindo o empoderamento das mulheres, especialmente em ambientes profissionais, e a busca pela transmissão de confiança, autoridade e status por meio das roupas. 

Assim, trajes de negócio formais tornaram-se peças-chave do guarda-roupa tanto para homens quanto para mulheres. Além disso, o power dressing enfatizava a importância da qualidade e do profissionalismo nos tecidos e acabamentos. Os trajes eram feitos de materiais luxuosos e cuidadosamente cortados e confeccionados para garantir um ajuste impecável. 

Estava consolidado, enfim, que as mulheres poderiam, sim, utilizar ternos, calças e camisas — uma declaração de independência e igualdade de gênero por meio da moda.  

Hoje, peças de alfaiataria feminina são sinônimo de autoconfiança e estilo. Mulheres poderosas em todo o mundo optam por peças feitas sob medida, que combinam elegância e profissionalismo. Ao mesmo tempo, o uso da alfaiataria foi democratizado, sendo possível encontrar peças adaptadas e ideais às necessidades da mulher contemporânea em lojas, magazines, etc. 

O que é alfaiataria na moda do século 21 

No século 21, a alfaiataria passou por uma transformação significativa para se adaptar às demandas e tendências da moda contemporânea. Embora mantenha raízes na tradição e no artesanato, atualmente, ela abraça a tecnologia e a diversidade, refletindo as transformações da era moderna em que vivemos. 

Atualmente, as marcas têm acesso a ferramentas e técnicas que facilitam e aprimoram o processo de produção de roupas sob medida. A digitalização de padrões, por exemplo, permite maior precisão no corte e ajuste das peças, garantindo um caimento perfeito e a democratização do estilo.  

Duas tendências em desenvolvimento são a modelagem 3D e a realidade aumentada, que estão sendo cada vez mais utilizadas para visualizar e personalizar as criações antes mesmo de serem confeccionadas. 

Como a moda em geral, a alfaiataria também vem focando cada vez mais na individualidade e na expressão. Os clientes agora buscam peças que reflitam sua personalidade e atendam às necessidades específicas de estilo de vida. 

Alfaiataria na moda, século 21
No século 21, a alfaiataria se reinventou, mas um dos pontos que segue fortalecendo esse tipo de confecção é a possibilidade de personalização.

Nesse mesmo sentido, há uma consciência ainda maior a respeito da importância da representatividade e da inclusão na moda — o que faz com que os pequenos e grandes produtores ofereçam uma variedade de opções de tamanho, estilo e design para atender clientes independentemente de idade, gênero, etnia ou biotipo. 

Elementos e outras referências advindas da cultura pop e do street wear, por exemplo, passaram a ser incorporados nas criações. É uma forma de garantir que a alfaiataria permaneça relevante e atraente para uma geração mais jovem de consumidores, que buscam um estilo que combine o clássico com o moderno. 

A Reserva, por exemplo, viu na alfaiataria um mercado promissor e apostou no lançamento da Oficina Reserva, uma marca que traz uma série de peças em alfaiataria voltadas para o público masculino visando simplicidade, qualidade e versatilidade, ao mesmo tempo que oferece um leque de estampas e cores. Isso com a proposta de responder a demanda dos consumidores por peças diferenciais e personalizadas. 

Oportunidades para empreendedores  

Para empreendedores e costureiras que buscam investir em algo atemporal e em crescimento, a alfaiataria é uma escolha promissora. A versatilidade dessa arte permite a criação de peças únicas, que atendem às necessidades e preferências individuais dos clientes.  

Além disso, a demanda por roupas sob medida está em ascensão, enquanto os consumidores buscam uma alternativa ao fast fashion e valorizam a qualidade e a personalização. 

Ao abrir uma alfaiataria, oferecer serviços sob medida ou até produzir peças com base nesse estilo de confecção, os empreendedores têm a oportunidade de se destacar em um mercado saturado por opções prontas para vestir.  

Ao investir em habilidades de costura de alta qualidade e atendimento ao cliente, portanto, é possível construir uma base de consumidores leais e estabelecer uma reputação sólida no setor de moda. 

Referências no mercado nacional 

No Brasil, uma marca referência e que tem como propósito “levar um olhar renovado para a alfaiataria tradicional, pontuada por peças fluidas, sem distinção de gênero” é a Anacê, fundada em 2019 pela estilista da nova geração Ana Cecília Gromann. 

As peças são marcadas por um sentimento de nostalgia, já que encontram inspiração nas memórias afetivas da fundadora, que cresceu no interior de São Paulo. 

Outra referência quando o assunto é alfaiataria é a DOD. A marca foi idealizada por Jubba Sam e incorporou individualidade e personalidade aos elementos da vida urbana, como skate, moda, arte e cultura local, entendendo que “sob medida” é muito mais do que desenvolver peças a partir das métricas corporais, mas compreender e satisfazer as necessidades de cada consumidor de forma única. 

Já a Misci, marca de roupas e mobiliário brasileira, foi criada por Airon Martin, em 2018, e tem como proposta “comunicar, por meio do design, a brasilidade e regionalidade de nosso país”. Por meio das criações, que envolvem peças de alfaiataria, o estilista valoriza a diversidade nacional, resgatando, de forma política, o orgulho de utilizar matérias-primas locais e fortalecer a indústria nacional. 

Feita “para aqueles que acreditam na liberdade”, a Dendezeiro é uma marca baiana. Dirigida por Hisan Silva e Pedro Batalha, as peças das coleções expressam “diversidade, pluralidade, inclusão e representatividade”, utilizando a moda como uma forma de “emancipação pessoal”.  

Aquém das tabelas de medidas padronizadas, a produção da Dendezeiro se baseia em modelagens inteligentes. Assim, uma mesma peça é capaz de caber em corpos distintos. 

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A Dendezeiro é uma marca baiana dirigida por Hisan Silva e Pedro Batalha. Foto: Reprodução/Dendezeiro.

Com uma variedade de estilos, tecidos e acabamentos para escolher, as possibilidades da alfaiataria são verdadeiramente infinitas, sendo uma arte que transcende as fronteiras do tempo e do gênero, oferecendo oportunidades emocionantes para empreendedores e costureiras.  

Com sua combinação única de tradição e inovação, continua a ser uma força influente na moda contemporânea, cativando clientes com sua elegância atemporal e qualidade incomparável.  

Ao investir em habilidades de costura de alta qualidade, oferecer serviços personalizados e construir relacionamentos sólidos com os clientes, é possível construir um negócio de sucesso que perdura por gerações. 

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O Grupo, composto pelas empresas Adar, Artec e Texliving, atua em diferentes segmentos do mercado têxtil sendo hoje um dos maiores e mais completos do Brasil. Cada marca possui as características necessárias para atender cada mercado de forma personalizada. Juntos, o grupo oferece produtos de alta qualidade, importados e nacionais, que atendem tanto o mercado da moda, quanto o da decoração.

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